segunda-feira, 13 de julho de 2015

Homenagem a César Vallejo (1893-1938)


Hino aos voluntários da república
(1937)

Voluntário da Espanha, miliciano
dos ossos confiáveis, quando marcha morre o seu coração, quando marcha mata com a sua agonia
mundial, não sei verdadeiramente
o que ei de faze, onde pôr-me; corro, escrevo, aplaudo,
grito, pressinto, destruo-o, apago, digo
ao meu peito que acabe, o bem, que venha,
e quero desgraciar-me;
descubro-me na frente impessoal para tocar
no vaso de sangue, faço uma pausa,
pare o meu tamanho aquelas famosas caídas de arquiteto
com as que se honra o animal que me honra;
vazam os meus instintos as suas cordas,
fuma no meu túmulo alegria
e, outra vez, sem saber o que fazer, sem nada, deixei-me,
desde a minha pedra no branco, deixei-me,
sozinho,
quadrúmana, mas aqui, muito mais longe,
não caber entre as minhas mãos um largo rato estático,
quebro contra a tua rapidez com dois gumes
a minha pequenez num traje de grandeza!


tradução do espanhol por Vera Santos

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