2º
texto
Só
hoje me é possível divulgar mais um dos escritos de Alberto, a que ele
intitulou Tempo. Foi uma forma de o
fazer “reviver” nas suas ideias e tentar compreender a tormenta e decepção que
rodeavam a sua alma e o levaram ao desespero
No
espaço vazio vigorava um terrível silêncio, uma eterna solidão. Tudo era um
infinito mundo sem leis. Bem no centro daquele espaço sem extremos, algo se
mexia. Saltavam faíscas, inflamavam-se as sombras da escuridão. As trevas
confundiam-se numa terrível escuridão que ia muito além do seu oposto irmão. A
escuridão tornava-se claridade. por um infinito momento quando trespassava o
ponto crítico mas inexistente, onde os opostos se tocam. Nesse ínfimo momento
em que a velocidade antecede invariavelmente o repouso, o tempo parava dando
largas a um vácuo imperceptível mas que se prolongava para o infinito. Então um
raio percorria o Espaço, perdia-se no horizonte, ao mesmo tempo que reaparecia
no lugar onde sempre estivera. Pequenos mas inúmeros raios dispersavam-se. Na
realidade, havia um só raio, um enorme raio que aclarava a escuridão, aqueles
raios inúmeros, certos, diminutos, postos sobre o tempo, parecia quebrar a
continuidade da claridade. Era o tempo que devassava as trevas, era o tempo que
forçava a sua lei, era o tempo que nos amordaçava.
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