O
focinho apreensivo de Maruja surpreende os companheiros. - Está tudo bem? –
pergunta Rissol.
Ela
reage.
-
Bem?! Qual bem, qual carapuça? Está tudo mal!
-
Mas o que é que se passa? – inquire Jimy.- Então vocês não sabem o que está a
acontecer nos hospitais?
-
Certos hospitais! – acentua Pipoca.
-
Também era melhor que fosse a generalidade. Um horror! Um desumanismo. Bem,
vocês sabem.
-
Faz-se alguma coisa de maneira a solucionar a situação? Os pedidos obtêm resposta?
O comodismo impera, meninos.
Rissol
avançou:
-
Havia uma maneira de pôr cobro a calamidades como esta.
-
Sim? Qual?
Após
um curto silêncio, Jimy informou:
-
Era colocar o ministro da área no lugar ocupado obrigatoriamente pelos doentes
e obrigá-lo a respirar aqueles ares viciados, a sofrer as longas listas de
espera, a misturar-se com os ais e gemidos nos corredores.
-
E já agora a não ter dinheiro para as receitas, principalmente para as que não
têm comparticipação como os antibióticos e as vitaminas.
Pipoca
ergueu uma pata no ar.
-
Voto pelas consultas privadas!
-
É burra!
Sheik
prosseguiu:
Sim,
se os que auferem salários chorudos e quando reformados, continuam para além da
reforma a usufruir de todas as regalias, recebessem menos para os que auferem
pouco gozem de um pouco mais.
-
É o que eu digo! E repito! O dinheiro está mal distribuído.
A
sentença veio de Jimy:
-
Bem…se as grandes fortunas nascem e avultam do trabalho honrado.
Gargalhada
geral.
Jimy
corrigiu:
-
Há sempre excepções à regra.
-
Não, não, que o sol quando nasce é para todos.
Mas
nenhum aplaudiu Maruja, que ganiu, desconsolada.
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