Sheik
chegou deveras preocupado. Se pegassem com ele, disparataria.
-
NÃO RESOLVES NADA ASSIM. Desabafa!
O
conselho de Rissol era de seguir.
-
Não desisto de pensar que a sociedade actual só viver com um objectivo: o
pronto a comer e o pronto a vestir.
-
Para quê fazer planos se todos de goram? - lastimou-se Maruja.
-
Nem todos…
-
Em que planeta é que vives? – teimou ela.
Jimy
latiu, indo em socorro da amiga.
-
Se todo o projecto depender de ti e tiveres dinheiro para ir escorrendo nos
bolsos de certos interesses… ai, aí consegues alguma coisa.
-
Concordo. Fora disso, a carga burocrática ainda é muito pesada.
-
Alem disso, sem garantias, não vais a lado nenhum. Não respiras num conto de
fadas.
E
Pipoca fungou em ar de desprezo.
-
O que importa é ter um bom emprego e com sorte aguentá-lo.
-
Jimy! E os outros? Os desempregados? Os sub-contratados? Todos têm direito a
comer e a bens de primeira necessidade, não?-
Um
pouco sardónico, Rissol lançou a pergunta:
-
Não esqueces o rendimento de reinserção social, pois não?
E
ironicamente:
-
Dá para pagar uma renda de casa, os consumos de água e luz, comprar uma peça de
agasalho, um par de sapatos… comer só sopa ou caldo, isto sem falar de
agregados com filhos e doentes que não precisem de vitaminas nem de
antibióticos, que a comparticipação, viste-a por um óculo.
Jimy
endireita-se, sacode o lombo e segreda:
-
Deixem lá que no meio dos males que nos afligem, ao menos temos liberdade de
expressão.
-
Olha-me este a fiar-se na virgem!
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