No
ano de 2003, foi-me oferecido um exemplar, de grandes dimensões, de capa preta
e letras douradas. Este Livro destinava-se a dar corpo à ideia de transformar a
história do Velho e Novo Testamento numa narração condensada em sonetos.
Esta
ideia foi de imediato acarinhada e incentivada pelo prestigiado presbítero e
maestro de coro, Torcato Lopes que até hoje, se manteve sempre presente e deu a
este trabalho o estímulo dos seus textos de apoio inspirados em fontes de
heurística e hermenêutica de a.C. e d.C.
Da
mesma égide, o Pastor e historiador bíblico Fernando Martinez, grande
apreciador da minha poesia nesta modalidade, dedicou-me palavras tão
encomiásticas, merecidas por certo mas que foram o archote sempre aceso nesta
complexa cruzada.
Deixo
aqui o meu profundo reconhecimento a um e a outro. Este primeiro volume integra
os cinco primeiros Livros escritos por Moisés - Génesis, Êxodo. Levítico,
Números e Deuteronómio.
O
2º volume resume-se no conjunto dos livros de Josué, Juízes, Ruth, I e II
Samuel e I e II Reis.
Porque
escolhi a Bíblia Sagrada para ser lembrada nos meus versos, remonta-se ao facto
de na infância, a ler com assiduidade, principalmente a vida e costumes dos
hebreus e o seu relacionamento com Deus e mais tarde, na idade escolar, na
disciplina de Moral e Religião, a ler em voz alta para toda a turma. A Bíblia
era para mim, naquela época, um compêndio de História.
A
sua leitura frequente levou-me a descobrir a verdade daquelas profecias e como
elas são perfeitamente aplicáveis aos dias de hoje. Contrastam com o
materialismo e consumismo da vida dita moderna. E sobrepõem-se ao progresso com
o quinhão de felicidade que prometem ao homem sem vislumbre de sucesso.
A
ideia de lançar uma Bíblia escrita em sonetos, funciona no meu espírito como um
arauto, uma chamada de atenção, um convite à sua leitura Acima de tudo, um
convite à reflexão.
Porque
escolhi o soneto e não o verso livre.
Desde
que descobri em mim a veia lírica e me lancei com poesia infantil, no tempo do
liceu, experimentei “voar” através das duas quadras e dois tercetos, de dez ou
doze sílabas, porque isso me permitia abstractamente, dar melodia a estrofes
que exigem musicalidade, métrica e sensibilidade lírica. É como dedilhar um
instrumento de corda.
Gostaria
que este trabalho tivesse o mérito de entusiasmar hábitos de leitura, hábitos
de leitura poética e, sobretudo, hábitos de leitura bíblicos onde se encontram
as respostas que se procuram.
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