Quando
Cristo nasceu, Maria sabia, como mãe e como mulher inteligente e consciente da
época em que viviam, que ambos iriam sofrer no corpo e no espírito, os
acontecimentos que lhes estavam predestinados.
Durante
a infância e adolescência, aquele de quem alguns suspeitavam suceder na
governação do reino, revelava-se um vulto sapiente, sábio e seguro de si, sem
contudo deixar de ser carinhoso, obediente e respeitador.
Na
idade adulta, todos os que o conheciam e com ele privavam, depositavam nele a
esperança de uma reforma social e de uma estrutura mais benéfica para a
humanidade.
Esperavam
que Jesus Cristo, com o poder de que dispunha e que demonstrava na cura dos
enfermos e outros milagres, como na multiplicação dos pães, podia fazer tudo, melhorar
o mundo, transformar o ser humano, como se tivesse uma varinha mágica e a sua
divindade fosse a de um deus mitológico.
Seria
muito fácil mas que consciência teríamos da realidade natural da vida e do
comportamento da criatura com vontade própria e livre arbítrio?
Deus
feito homem à nossa imagem e semelhança, ao desempenhar a sua missão, veio
dar-nos uma lição de humildade e sabedoria com o seu exemplo. Ele ensinou
sentimentos esquecidos. Falou do perdão, da tolerância, da compreensão, do acto
compassivo, da paz entre famílias e nações e sobretudo do amor ao próximo. Cada
um devia aprender e exercitar-se no desprezo pelo ódio, pela vingança, pela
ambição, pela corrupção.
Como
isso tudo prejudicava interesses, crucificaram-no. Como sacrificava comodismos
políticos e sociais, condenaram-no à morte.
E
esta letal ignorância dos ensinamentos e procedimentos de Jesus proliferou e
aumentou por todos os continentes até aos nossos dias.
Apesar
do progresso, das descobertas na ciência e medicina, do avanço na tecnologia,
das redes sociais, dos meios áudio-visuais, do conforto material que tudo isso
provoca, o indivíduo está cada vez mais inferiorizado. Despreza os valores morais;
responde com violência, maltrata, espezinha, refugia-se em sub-mundos e quando
não consegue dominar o seu desequilíbrio, arvora-se em senhor do próprio
destino, decidindo da própria morte.
A
Lião de Cristo foi ignorada. O exemplo de Cristo foi pago com o seu sangue
porque os seres humanos que ele quis salvar, cerraram olhos e ouvidos e
seguiram a sua índole selvagem, primitiva, cheia de sentimentos demoníacos.
Ao
festejar o nascimento de Jesus como Deus-Menino, alguém prestigia ou reconhece
que a lição começa aí…
Transcrevo,
com a devida vénia, um excerto da missiva que Sua Santidade, o Papa Francisco,
me endereçou, lembrando as solenidades da Páscoa. Seria egoísmo da minha parte
guardar na gaveta uma mensagem tão esclarecedora e de tão grande significado.
…
“e sucessivas festividades natalícias em honra do Deus Menino que nos fizera
ver Jesus como um de nós e partilhando a sorte dos mais infelizes, sem casa
(nasce num curral de animais), sentido como uma ameaça (tem de escapar de noite
para longe de Herodes), acabará crucificado como um malfeitor. Mas sempre de
menino a homem feito, Ele estendia os braços à procura duma carícia,
generosamente retribuída com a paz e a alegria de viver, perdoando tudo,
perdoando a todos.
Jesus
é a misericórdia do Pai. Ele é a nossa salvação” …
Sua
Santidade ainda refere as palavras de S. Leão Magno:
Exultemos no dia da
nossa salvação
Ao
comemorar mais uma Páscoa, façamos uma introspecção no sentido de corrigir os
nossos erros, expelir o veneno que conduz à maldade e aprendamos a amar e a
perdoar, porque só assim seremos permeáveis à salvação anunciada por Jesus há
2016 anos. Que a misericórdia divina proteja o justo, liberte o pecador e
ilumine os pobres de espírito.
Desejo
a todas as famílias uma Páscoa redentora.
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