(Homenagem
ao meu neto Bruno Filipe e aos meus bisnetos Letícia, Carolina e Miguel)
Contemplo
estas pequenas esculturas de carne, de contornos perfeitos, de pele macia como
açucena, de olhar meigo e confiante, de voz doce, de gesto imprevisível e penso
que a humanidade continua privilegiada sempre que haja crianças a preenche-la e
os ecos dos risos infantis prossigam na senda da esperança e transparência das
gerações.
Este
panorama seria bonito se não proliferassem os abusos e as violações dos
direitos da criança, instituídos por uma sociedade que não sabe ou não quer
defendê-los.
Fala-se
muito. Condenam-se os actos violentos, a falta de respeito e de amor para com
essas criaturinhas indefesas e prossegue-se no dia a dia, alheios,
indiferentes, desculpabilizando pela pseudo compaixão, os energúmenos que não se
inibem de cometer as mais vis atrocidades contra aqueles que - apregoa-se - são
o futuro, o progresso, a inovação das civilizações a que pertencem.
Busquemos
a culpa nos pais que não têm formação moral e cívica: nos professores que para
além dessa falha, se debatem com um sistema governativo precário, insuficiente;
magistrados, baseados num materialismo incompatível com os afectos e em leis obsoletas;
instituições ditas de acolhimento, cuja utilidade descamba em vícios e
delinquência juvenil.
A
família, a sociedade, o Estado, a nação são culpados das acções e atentados à
integridade e segurança física e moral da criança e não venham dizer que pugnam
e defendem os seus direitos, porque o que acontece é negligência, ignorância,
cobardia e falta de prevenção.
Para
além de medidas de coação para os arguidos, tantas vezes duvidosas, deviam ser
estabelecidas condições de terapia sócio-económica a fim de evitar às crianças
as separações brutais dos laços sanguíneos ou vigiar a salvaguarda dos menores,
com medidas mais rigorosas e punições mais severas.
Na
sociedade portuguesa, o comodismo impera. ´Nesta selva de corruptos em que o
país se tornou, é um “salve-se quem puder”. E as crianças, que não entendem
porque isto acontece, tornados “bodes expiatórios”, crescem entregues a feras,
num mundo cada vez mais corrompido e ganancioso que suga o sangue dos que nada
têm.
Apelo
às pessoas, que considero “Excepções à regra”, para que protejam as suas
crianças, ferozmente, como leões, sem margens dúbias, sem medos. Preparem para
elas um futuro mais digno, longe dos que minam na sombra e buscam a ideia do
lucro.
Para
findar, deixo uma sentença bíblica, que dessa, nenhum pedófilo, malfeitor ou
abusador em qualquer nível, da confiança infantil escapará:
“Se alguém fizer mal a um destes pequeninos,
melhor fora que atasse um bloco de cimento ao pescoço e se lançasse nas
profundezas do mar.”
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