quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Holocausto



Foi evocado há poucos dias, por uma reportagem da TVI onde, a par do discurso do repórter, foram transmitidas imagens do local onde teve lugar a bárbara execução de milhares de judeus, condenados à morte por serem de uma estirpe sanguínea que contaminaria a raça hitleriana.
Relembraram-se os setenta anos decorridos após o massacre de homens, mulheres e crianças com foto de Auschitz. Aquele campo de concentração conserva como macabra memória os fornos crematórios, as casernas, as covas, os milhares de hectares negros, queimados, onde não nascem plantas e a recordação do genocídio perdurará para sempre.
Mas é a propósito deste holocausto que é oportuno falar de outro holocausto, aquele que se passa nos corredores dos hospitais, referenciado pelos órgãos de comunicação social e são poucas as vítimas mas existem. São escassos os recursos mas ninguém impediu que acontecesse o desenlace, a perda de vidas humanas, fruto das condições miseráveis que as assistem.
A revolta é grande quando nada se faz ou se faz muito pouco.
Um outro holocausto ameaçou os doentes de hepatite C. Uma miseranda burocracia não evitou lágrimas e luto.
E foi precisa a coragem e desassombro de alguém para abanar e fazer derruir os obstáculos.
Não consigo discernir estes holocaustos do holocausto da década de 40. Em todas as situações, houve e continua a haver uma vontade ditatorial, férrea, impiedosa, que amarfanha a vontade e necessidade populares.
Bem nos bastidores é assim que acontece, à sombra de um idealismo democrático que se fina nos movimentos contestatários. A classe dos ricos tem as clínicas, os tratamentos e as convalescenças no estrangeiro.
O povo é que sofre e suporta mas não receia os hábitos. Teme as mudanças.
E o dinheiro continua mal distribuído.

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