Foi
evocado há poucos dias, por uma reportagem da TVI onde, a par do discurso do
repórter, foram transmitidas imagens do local onde teve lugar a bárbara
execução de milhares de judeus, condenados à morte por serem de uma estirpe
sanguínea que contaminaria a raça hitleriana.
Relembraram-se
os setenta anos decorridos após o massacre de homens, mulheres e crianças com
foto de Auschitz. Aquele campo de concentração conserva como macabra memória os
fornos crematórios, as casernas, as covas, os milhares de hectares negros,
queimados, onde não nascem plantas e a recordação do genocídio perdurará para
sempre.
Mas
é a propósito deste holocausto que é oportuno falar de outro holocausto, aquele
que se passa nos corredores dos hospitais, referenciado pelos órgãos de
comunicação social e são poucas as vítimas mas existem. São escassos os
recursos mas ninguém impediu que acontecesse o desenlace, a perda de vidas
humanas, fruto das condições miseráveis que as assistem.
A
revolta é grande quando nada se faz ou se faz muito pouco.
Um
outro holocausto ameaçou os doentes de hepatite C. Uma miseranda burocracia não
evitou lágrimas e luto.
E
foi precisa a coragem e desassombro de alguém para abanar e fazer derruir os
obstáculos.
Não
consigo discernir estes holocaustos do holocausto da década de 40. Em todas as
situações, houve e continua a haver uma vontade ditatorial, férrea, impiedosa,
que amarfanha a vontade e necessidade populares.
Bem
nos bastidores é assim que acontece, à sombra de um idealismo democrático que se
fina nos movimentos contestatários. A classe dos ricos tem as clínicas, os
tratamentos e as convalescenças no estrangeiro.
O
povo é que sofre e suporta mas não receia os hábitos. Teme as mudanças.
E
o dinheiro continua mal distribuído.
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