Foi
como se estivesse sentada num banco de jardim e de repente, uma folha meio
ressequida caísse sobre a minha cabeça.
Inexplicavelmente
uma folha de papel foi lançada no meu regaço, vinda não sei de onde, arrojada
por um vento de rajada forte.
Continha
o seguinte texto:
“Todos
se referem à inteligência como se fosse uma coisa única. Mas ela pode ser de
vários tipos, aparentando diferentes níveis de profundidade.
De
entre as inteligências, as mais elevadas são a divina, a sagrada e a superior.
Precisamos
aprofundar a nossa própria Fé, a fim de cultivá-las. Elas surgem quando
possuímos espírito correto que admite a existência de Deus. Quando há esforço
baseado na virtude, esses aspetos superiores da inteligência se desenvolvem e a
recompensa será a verdadeira Felicidade.
Em
nível mais baixo, estão as inteligências calculista, ardilosa, satânica e
outras que nascem do mal.
Todos
os criminosos servem como exemplo. Os delinquentes intelectuais, especialistas
em fraudes, possuem-nas em alto grau. Os conhecidos “heróis” de sucesso
passageiro, nada mais são do que portadores, em ampla escala, dessas
inteligências nocivas.
É
interessante notar que quanto maior for a inteligência do bem, mais profunda
ela é; quanto maior a inteligência do mal, mais superficial. Basta analisara a
vida dos criminosos desde épocas remotas, para verificar isto. Eles fazem
planos, aparentemente perfeitos, mas que, na prática, apresentam alguma falha.
É esta falha que torna público e notório o seu fracasso. Por conseguinte, se o
homem deseja crescente prosperidade deve fazer esforços para aprofundar a sua
inteligência.
A
profundidade da inteligência depende da força da sua sinceridade. Assim,
conclui-se que o homem cuja fé não é correta, nada conseguirá.
Tão
logo seja aceite esta filosofia, desaparecerão os males da sociedade.
O
homem de hoje é espiritual. Isto pode ser facilmente observado por quem examina
os vários campos da atividade humana. Os políticos, por exemplo, só se ocupam
dos assuntos imediatos; qualquer outro é negligenciado até que tome vulto. As
suas providências assemelham-se aos remédios alopáticos; combatem os efeitos e
não as causas. Ora, todo o problema surge porque existe uma causa; nada
acontece sem motivo.
A
inteligência superficial não consegue prever o futuro, ficando impossibilitada
de estabelecer uma verdadeira política. No jogo de xadrez, o mestre ganha a
partida porque “enxerga” os lances subsequentes. O novato é derrotado porque
não o prevê.
Nesse
sentido, o homem deve consciencializar-se de que precisa cultivar as
inteligências de nível superior, pois, sem elas, não obterá o verdadeiro êxito.
E devemos compreender que a Fé é o único meio para adquiri-las.
Nota: Este documento foi dado à estampa em 25
de Maio de 1949. O nome do autor não me foi revelado.
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