Amigo,
na
tua casa, a minha imagem
não
perdura.
Não
me sentei na tua cadeira,
não
me deitei na tua cama
nem
abri a gaveta do teu armário.
Não
reclinei a cabeça na tua almofada.
Do
teu copo não me deste água.
Não
preparei refeições para ti.
Na
tua casa, a minha imagem não entrou,
talvez
nem no teu coração…nunca.
Não
lavei a tua camisa
nem
vinquei as tuas calças.
Em
tua casa,
não
me sentei ao teu colo
nem
vi televisão contigo.
Não
desci de mão dada ao teu jardim,
não
fiz festas ao cão
nem
ao gato.
Não
te ofereci flores, não pus
a
tua mesa
nem
acendi os candelabros.
Não
me pendurei ao teu pescoço,
saudando
a tua chegada.
Amigo,
em
tua casa, não fiz amor contigo
nem
esperei pela manhã
para
te acordar.
Não
parti todos os dias ao anoitecer
com
a presença da oferta
e
da procura.
Não
vi o céu no meu horizonte
nem
os pardais cantaram
no
meu arvoredo.
Amigo,
pela
tua casa, a minha imagem
não
esvoaça,
vestida
em sedas
e
cetim.
Não
te espero à entrada, não adormeço
sob
a tua carícia.
Não
gravo a minha voz para a cassete,
confessando
os segredos do meu pudor.
Ai,
amigo,
para
ambos a noite vem.
Não
te direi como o amor é belo
em
cada madrugada.
A
minha imagem
não
teve abrigo e não perdura.
Não
gozará o teu sono da minha vigília
nem
na tua doença, serei sentinela.
………………………………………..
Porque
no meu coração
há
um santuário de ouro
mas
nele não cabem
ídolos
de barro.
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