sábado, 20 de abril de 2013

Razão do Homem


Quando nasceu não era para ser escravo.
Tinha a força com ele,
os astros por si.
E a sua consciência de criança
era a solene promessa
de si mesmo.

Mas os astros traíram essa força
e ao homem foi imposto
defender-se
até das suas próprias interrogações.

E a força chamou-se ódio.

Quando nasceu
era o filho da História do mundo.
Tinha um olhar de seda,
as mãos
de gesto suave.
Os grãos de areia
podiam merecer o seu espírito
e predispô-lo
 às grandes aventuras.

Mas a História contou:
                                    Os grãos de areia escorregaram dos seus dedos
                                     e o homem chorou de mágoa.


Quando a ciência lhe estendeu os braços
e pôs no seu caminho o lampião,
o medo gritou-lhe o nome,
deu-lhe a forma
de herói,
transpôs os umbrais da fama,
mascarou a virtude de ambição

e o homem começou a trair a sua natureza.


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