(Canto em doze pares de
estrofes)
(Música do Hino Nacional)
I
Neste jardim de esperança
à beira-mar, bem plantado,
quem espera sempre alcança,
mesmo que seja logrado.
Pois na juventude está
a certeza do futuro
e em cada jovem sempre há
siso a cair de maduro.
Estribilho
Em frente! Coragem!
Alma sã em corpo são.
Cantando, à margem,
temos forte o coração.
Entrar em pânico? Isso, não!
II
Fama de povo hospitaleiro,
com deferência e desvelo,
ao turista forasteiro
leva-lhe o couro e o cabelo.
Não há dinheiro no mundo
nem emoção tão fascinante
que pague este amor profundo
pelo nosso semelhante.
Estribilho
III
Nas conversas pelos fios,
somos os primeiros na lista.
Ler muito causa arrepios
e nos dá cabo da vista.
E no pódio é certo estar,
que o vinho também não falta
no hábito alimentar
dos sonhos da nossa malta.
Estribilho
IV
Discursos em parlamento,
quem
é que atraem nas bancadas?
Lá
dentro está muito vento
para
autópsia às cabeçadas.
Os
que vão por desfastio,
já
saem antes de entrar.
voz
e punho em corrupio.
com
tendência hospitalar.
Estribilho
V
A
inspiração dos ministros
levanta
o moral do País
e
os partidos são sinistros,
quem
caiu foi porque quis.
A
Finança prazenteira,
de
utilidade tão pudica,
espera
a melhor carreira
aos
ombros da moeda única.
Estribilho
VI
Talvez
seja o que convém,
seguir
na cauda e sem penacho,
pois
se a Europa toda tem
a
cabeça para baixo!
A
cultura nem vai mal.
Que
culpa tem a Educação
de
que o erário nacional
tenha
perdido a razão?
Estribilho
VII
Nossos
avós da pré-história
nem
podem dormir descansados.
Pinturas,
ossos, memória,
por
todo o lado ignorados.
Só
não sabem é que o plano
visa
uma boa intenção
que
é erguer a todo o pano
a
riqueza da nação.
Estribilho
VIII
Desconhece-se
a tendência
de
juntar na mesma esfera
ambição
e inexperiência
quando
o Desemprego impera..
O
conselho e a vantagem
é
não mais água meter
e
apreciar a paisagem
antes
de a terra tremer.
Estribilho
IX
Os
anos podem passar
mas
o estilo nunca muda.
Que
adianta refilar
se
não há quem nos acuda.
O
pobre consumidor
vai
ficar no calendário,
sério,
mártir e sem cor,
a
ver tudo isto ao contrário.
Estribilho
X
A
troika, que movimenta
os
milhões toda emproada,
numa
verdade nos senta:
uns
com tanto, outros sem nada.
Portugueses,
tende orgulho
e
o caráter nunca mudem.
Aprendam
a ver no entulho
que
as aparências iludem.
Estribilho
XI
De
que servem movimentos
na
rua? Loucura pura.
Ergam
vossos sentimentos
mas
numa nova postura.
E
lavai no amanhecer
as
mágoas deste jardim,
pois
Portugal há-de ser
contra
as marés, sempre assim.
Estribilho
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