Vem de longe o hábito de festejar personalidades
emblemáticas que se notabilizaram por qualquer rasgo pouco comum,
Atravessamos uma data em que isso se verifica pela evocação
de figuras que percorreram o mundo para o evangelizar e em consequência disso
pagaram com a vida o facto de arrastarem multidões sem, contudo, as converterem
a um comportamento sério e discreto. Pelo contrário, são pretexto de
celebrações festivas, arraiais, onde imperam a comida, a bebida e a música
estimula os apetites.
Nunca percebi como pessoas que inspiraram aprumo, modéstia, circunspecção
e se protegeram com grandes reservas emocionais induzem o povo a bailaricos,
folclore e mergulhos desassombrados na gastronomia porque, como diz a canção,
“o que se leva desta vida, é o que se come, o que se bebe e o que se brinca”…
Pedro, o mais carismático apóstolo de Cristo, mandado
prender pelo imperador Nero, morre crucificado sobre uma fogueira e porque não
se julga digno de ser sacrificado como o seu Senhor, exige que o preguem na
cruz de cabeça para baixo.
João Baptista, do tempo de Herodes, é mandado por este que o
degolem e a sua cabeça seja apresentada numa bandeja numa corte onde a luxúria
e as orgias eram o prato habitual das diversões.
António de Pádua - ou de Lisboa, se quiserem,- teólogo,
pensador profundo taumaturgo brilhante e confessor da Igreja.
Não venham com religiosidades nem falsas devoções pois se
estes santos, pela virtude e pelo pensamento inspiram folias e divertimentos é
porque o povo se impregnou daqueles ventos de paganismo vindos de outros tempos
e doutros espíritos idólatras.
Os ídolos ou imagens de escultura não diferem dos ícones da antiguidade.
Um desesperado que tenha fé numa pedra e acreditar que sobrevive à negativa
energia que há em si, vai na onda do seu egocentrismo e sucumbe. Por isso, o
próximo, que devemos amar como a nós mesmos, constitui-se a nossa salvação-libertação.
Como a nós mesmos…Mas alguém se ama a si mesmo, de verdade?
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