Este
segundo Mandamento dos Dez anunciados a Moisés, no Monte Sinai, tem para mim
uma conotação muito forte, para alem dos benefícios que será suposto atribuir
aos nossos desejos e interesses.
Na
realidade, o que queremos para nós é tudo quanto de melhor existe para a
criatura humana: saúde, paz, prosperidade, sucesso. Nada que seja o antónimo
disto, devemos desejar para os outros.
Todavia…
amar o semelhante como nos amamos, não significa algo de positivamente salutar
para ele. Porquê?!
Será
que verdadeiramente nos amamos? Será que gostamos de nós?
Passar
um creme na cara para evitar as rugas; fazer uma limpeza de pele; Pôr um
perfume que nos agrada, não se torna evidentemente imperioso para o nosso próximo.
cuidar da saúde, dos hábitos alimentares e de higiene e outros específicos de
cada situação, é bom mas insuficiente, porque traduz compaixão e suprime
necessidades aglutinantes. Mas, para mim, isto não é amar o próximo como a nós mesmos.
Como
podemos fazê-lo, se nós próprios nos descuramos no sentimento que temos por
nós?
Quando
cultivamos em nós, emoções pérfidas, a cólera, a inveja, a incompreensão, o
egoísmo, a avareza, a ambição, os prazeres que geram os vícios, não estamos a
dar a mínima importância a nós mesmos. Estamos, sim, a provocar um caudal de
infelicidade para o nosso corpo e para o nosso espírito. Com tal estado como
cumprir o mandamento?
No
dia em que eu me sentir leve, desanuviada, feliz confiante que Deus, acima de
todas as coisas, nos protege com a sua misericórdia e poder infinitos e nos
orienta com a sua sabedoria, eu estou apta a amar o próximo com as mesmas armas
de que disponho, sem o humilhar com a minha ajuda ou colocar em plano inferior.
A
angústia, o desespero, o desapontamento, a descrença, o pessimismo, são
desgaste da alma e a ruína espiritual de quem apenas quer amar a si próprio e o
não sabe fazer.
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