Quando
o indivíduo se sente feliz ou apaziguado e o litígio com a sua consciência, se
esta lhe não escapa, está no caminho da razão e do discernimento, pensar nos
problemas do seu semelhante torna-se penoso pelo que lhe faz recordar de
dilemas antigos, de tempestades acalmadas a custo de não menores privações.
Detentor
do sacrifício secular sob o qual a humanidade se amarfanha, a ocultas ou às
claras, só tem em si a possibilidade de decidir entre o bem e o mal. Mas
conhecer um e outro, com as subtilezas que cada qual difunde, de tal modo que o
mal chega a parecer bem e vice-versa, já é qualidade que exige abdicação de si
próprio e dos seus interesses.
Precisamente
porque os interesses do homem contendem com os interesses dos seus irmãos, toda
a existência não é mais que uma camuflagem da verdade e dos seus estigmas.
A
cada passo, a incompreensão e a indiferença alastram em todos os sentidos.
As
crianças e os jovens são as principais vítimas, numa idade em que mais precisam
de apoio e carinho familiares.
O
egoísmo e a ambição são outras duas ervas daninhas que travam o florescimento
dos auxílios produtivos e contribuem para que uns encham os bolsos, aumentem as
contas bancárias, ampliem as suas propriedades enquanto outros defrontam o
pavor da decadência, o espectro da fome e dos recursos à saúde.
Os
idosos, que guardam na sua memória as experiências do seu passado e no coração,
a nostalgia dos momentos felizes, das suas primaveras ardentes, defrontam no
crepúsculo da vida, o silêncio, a solidão, os fantasmas da noite em que a
insónia se apodera da sua inquietude.
O
povo anónimo que tem vergonha das suas fraquezas, que deseja concretizar os
seus sonhos e encontra barreiras em todo o seu perímetro de existência. As
caveiras do desemprego, da pedofilia, da prostituição, dos negócios flamejantes
minados de podridão.
A
volúpia dos grandes e a sua impunidade.
A
justiça “dura lex sed lex” cuja balança desgovernada há muito não possui fiel.
Os
toxicómanos, joguetes das manobras dos abutres.
Os
suicidas, cujo julgamento se reveste de especulação.
Que
temos mais?
Uma
informação de imprensa e de meios áudio visuais que substituem a denúncia por
notícias de “caixa alta”, que melhor ostente o escândalo e ardilosamente
especule.
Há
dois mil anos, um Homem deu a vida para “salvar a humanidade.
Não
saberia ele que o espírito do ser humano se iria esfarrapar pela sua
fragilidade, pela sua maldade, pelo seu desamor?
Mas
as pessoas podem e sabem distinguir o bem do mal. Então por que cavam a sua própria
ruína, tornando irrespirável a esfera dos outros, o ar dos outros?
Conclui-se
que de nada serviu o sacrifício de Cristo. A Igreja, “aristocrata” como se
evidencia, também não o explica de forma compreensível. Para os leigos, Cristo
foi um revolucionário, idealista incómodo que poderia destronar monarcas.
Ele
tinha a força da persuasão, uma extraordinária capacidade de amar, a humildade
dos seus atributos, a energia que remove montanhas.
Ele
era a Paz.
E
foi o exemplo.
Quem
o não seguiu ficou mais pobre.
Gostei muito de ler e creio que fiquei a entender melhor o significado da Páscoa. Que o amor seja sempre vitorioso!
ResponderEliminarBeijinhos mamã querida :)
Na verdade, o Amor é o pilar das sociedades, da humanidade. O Amor conduz à Luz. E a Luz conduz ao conhecimento, à Sabedoria. Salomão, a personagem mais rica e próspera da Antiguidade, foi isso que pediu a Deus. Roguemos-Lhe isso: Iluminação para atuar nos momentos cruciais da melhor forma. O resto, é com Ele. Tem sempre, SEMPRE, em mente que Ele é uma força viva que te inspira e não te deixa cair. Muitos beijinhos.
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