sexta-feira, 4 de maio de 2012

MÃE – MULHER DE TODOS OS TEMPOS


Dia 6 de Maio de 2012


Creio interpretar o sentimento de todos aqueles que tiveram a felicidade de conviver com a sua mãe e aqueles que ainda gozam da sua presença.
A ausência da mãe torna os filhos órfãos para sempre de forma inevitável, pois ninguém a substitui.
Brindem hoje comigo. Levantem comigo uma taça de Champanhe em nome daquela que nos deu o ser, nos vigia onde quer que esteja, aquela que dá tudo, se despoja de tudo para que os caminhos da vida se forrem de flores. Aquela para quem somos alma e espírito; corpo e cofre de tesouros. Celebremos a


MÃE – MULHER DE TODOS OS TEMPOS


Conta a lenda que Deus não podia estar em toda a parte ao mesmo tempo. Então, inventou as mães.
Certamente sabia, de antemão, que os homens, com o seu livre arbítrio, iriam aperfeiçoar a sua inteligência no campo do poder e da ambição e tornar o seu ambiente num vasto laboratório do seu egocentrismo.
As lágrimas iriam correr como os caudais dos rios. Os gemidos e as lamentações acompanharam as noites de insónia, os conflitos e as guerras misturar-se-iam à voz dos trovões e o mundo saltaria de catástrofe em catástrofe, acumularia as experiências no sótão e continuaria incoerente e insubmisso, nesciamente amarrado às aparências e ao seu umbigo, nostálgico da sua existência fetal.
Desde que o homem povoa a Terra, nenhum século presenciou progressos tão espectaculares como estes que transpusemos. Comparativamente com o passado, num espaço relativamente curto, processaram-se numerosas invenções e inovações, descobertas e melhorias, não só no domínio da ciência como nos conhecimentos sobre a matéria e a energia. As próprias leis da física clássica se enriqueceram e ampliaram horizontes.
Gigantescos telescópios e radiotelescópios tornam possível a contemplação de desconhecidos universos do macrocosmos. Microscópios electrónicos descobrem as profundidades e subtilezas do microcosmos. Fazem-se transplantes vitais. Os cérebros electrónicos intervêm na ciência, indústria e economia. Pisou-se solo lunar e recolheram-se amostras petrográficas do nosso satélite. Sondas cósmicas nos põem constantemente em contacto com outros planetas e milagres técnicos que ontem eram considerados ciência-ficção, são hoje realidades irrefutáveis.
Nenhuma meta parece inatingível e as sociedades de consumo rivalizam com a saturação dos mercados.
Todavia, há algo que se não conseguiu: a felicidade. Antes, pelo contrário, se expandiu uma sensação de mal-estar, de vazio. E falar de futilidade nem vale a pena. O brilho exterior não é suficiente para preencher a enorme brecha escavada na consciência humana, minada de materialismo. Muitos, a grande percentagem, queixam-se de que a vida perdeu o significado. O medo, um temor irreprimível se apoderou inexplicavelmente de muitas pessoas e os suicídios são o epílogo desastroso para quem a alma ou o espírito não oferecem qualquer valor, esfarelando a autoestima. E com os suicídios, as enfermidades psicossomáticas que escravizam a criatura e a fragilizam sem esperança.
A distribuição de tudo quanto era considerado ideal, o enterramento dos tabus, os valores escarnecidos, tudo quando dantes era considerado elevado e santo, é, na actualidade, desdenhado e posto de lado. As religiões perderam a sua força e persuasão. O homem perdeu a capacidade de sonhar e não sente necessidade de acreditar em nada de sublime.
O estadista inglês Winston Churchill vaticinou com autoridade: os nossos descendentes directos levarão a cabo projectos que as gerações passadas não adivinharam sequer em sonhos. Comodidades, bens de consumo, ócios e prazeres choverão sobre eles. Mas os seus corações sofrerão, sua vida será vazia se não for sustentada por coisas que vão mais além do material. E com as esperanças e as prepotências virão os perigos que já não terão relação com o desenvolvimento do intelecto humano, a firmeza do seu carácter e da utilidade dos seus actos.
Uma vez mais enfrentarão com alternativa de serem benditos ou malditos. A decisão que tomarem é muito difícil de predizer.
A necessidade de um peito amigo, solidário, compreensivo é cada vez mais imperiosa. E ninguém melhor representa esse papel do que o sentimento maternal de quem nos deu o ser.
Pus-te neste mundo, meu filho, não foi para sofreres mas para que beneficiasses dos seus privilégios. O mundo salvar-te-á, salvar-se-ão os homens, por causa das mães. Mães que continuarão a registar história, heróis, sábios, santos. Orientarão os seus passos, enxugarão as suas lágrimas, curarão as feridas do corpo e da alma. Seus braços abrir-se-ão sempre que precisem de um abraço. Seu coração compreenderá sempre que solicitarem uma confidente. Seus olhos sensíveis escurecerão sempre que precisarem de uma lição. A sua força e amor os dirigirão e lhes proporcionarão estimulos para que voem.
Em todas as décadas, a mãe será lembrada e exaltada. A mãe que também é sábia, santa e heroína. A mãe que soluciona os problemas, supera as dificuldades, varre os escolhos, sustém a espada que trespassa o seu coração e nunca altera o seu sorriso de vitória e ebnegação.
O mundo e os homens têm para com ela uma dívida incalculável.
E há sempre sobre todas as mães, uma grande Mãe e uma grande Mulher: a Minha…


4 comentários:

  1. Querida Mãe! É com uma lágrima no olho que leio estas tuas palavras que me fazem recordar quando eu, ainda pequenina, saltava para o teu colo em busca de um caloroso abraço seguido de um doce beijo que me tranquilizava com uma paz profunda como de estivesse envolvida e assim protegida por umas asas brancas enormes de um anjo branco que me transmitia o bem, do lado de fora permanecia todo o mal que não me conseguia alcançar. Mas cresci, cresci e tenho agora eu que enfrentar esse mal e ser aquele anjo branco que abraça o seu filho para protege-lo. Se pudesse seria sempre aquela criança inocente que sente que tudo é fácil de se resolver mas como a realidade não é essa, quero agradecer-Te por todas as palavras que me deram consolo e me ensinaram o que sei hoje e por todo o carinho e amor que me acolheram e confortaram, mesmo quando não estavas presente. Obrigada Mãe, estás sempre no meu coração e no meu pensamento, Amo-te Muito!

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    1. Foi com enorme emoção que li o teu comentário e mais profundo se gravou o sentimento eterno de que para uma mãe, os filhos permanecem sempre bebés. São sempre pequeninos, são sempre os seus bebés. Por isso, minha muito querida “Belucha”, és e sempre serás aquela pequerrucha que, de cócoras, no quintal da casa, pegava numa flor ou seguia com o dedito, um inofensivo bichito, como se entre os dois se estabelecesse um longo diálogo.
      Recordas-te, eu ralhava pouco, contigo e com os teus irmãos, o que não quer dizer que não acontecesse quando necessário.
      Mas há uma vez em que estava a ensinar-te as primeiras letras e perdi a paciência e fui áspera contigo. Começaste a chorar. O avô apareceu e repreendeu-me severamente. O remorso ainda hoje me morde o coração.
      Tenho muito orgulho em ti. A tua vida, perpetuada no teu filho constitui um exemplo. Daniel é um jovem sensato, adulto, consciente das suas responsabilidades, sensível e, apesar de não ser muito expansivo neste pormenor, adora-te.
      De cada vez que recordo a tua carinha rechonchuda, o teu riso e o teu trejeito quando em frente da máquina fotográfica, recuo no passado e é como no primeiro dia do teu nascimento, o momento mais belo e feliz da vida de uma mulher. Por cinco vezes experimentei essa felicidade. E por cinco vezes jurei estar sempre presente na vida de todos os meus filhos. Neste mundo ou no outro, estarei convosco, estarei contigo, protegendo-te, segredando conselhos, fazendo na tua frente um quadro de energias sempre renovadas.
      Termino por agora, repetindo uma frase do poeta Camões: “Mais faria se não fora para tão grande amor, tão curta a vida”. Só que ter filhos é a felicidade pura. Protegê-los, amá-los e tê-los presentes, é a felicidade plena. Deus te abençoe pela maravilhosa oferta que tu representas.

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  2. Se eu pudesse definir a minha mãe em uma única palavra eu escolheria; dignidade!
    Aqui no Brasil comemoramos o dia das mães no segundo domingo de maio. Essa data só perde em número de vendas para o natal. Comércio? Talvez! Mas é bom demais presentearmos a quem amamos tanto, ainda que seja com uma oração.
    Feliz dia das mães Aurora!

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    1. Querida Sandra. Bem-haja pelo seu comentário. Bem-haja por ler o que eu gosto de partilhar e permitir tão saudável convívio, num mundo conturbado por tanta calamidade.
      A designação que encontrou para a sua mãe é tremendamente apropriada. Nenhuma outra pessoa merece ser conceituada assim.
      Ao falar da sua mãe, fez-me recordar a minha. O seu jeito de me chamar, o tom de voz meigo com que me repreendia, os seus cuidados e preocupação. Agora sei como era importante para ela. Já lá vão muitos anos. Trinta e cinco anos! E ainda estou a vê-la, no seu passo silencioso, tirando-me o livro da mão, puxando os cobertores e rindo porque eu me deixava adormecer, antes de apagar a luz, ao deitar.
      Mas o maior orgulho é ver que os meus filhos seguem o exemplo da avó, invocando as suas lições de moral e copiando os seus hábitos, com base no seu inconfundível carácter.
      Regozijo-me em saber que os netos a não esqueceram e a lembram em certos casos.”A avó dizia…” “A avó fazia…”
      Por isso, minha amiga, obrigada, porque ao falar da sua mãe, fez-me lembrar a minha com uma emoção especial, fora do contexto da data que a celebra, pois a mãe preenche o vazio da nossa memória e fala connosco na nossa solidão.

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